a verdade como o silêncio, existe apenas onde não estou. o silêncio existe por trás das palavras que se animam no meu interior, que se combatem, se destroem e que, nessa luta, abrem rasgões de sangue dentro de mim. quando paro de pensar e me fixo, por exemplo, nas ruínas de uma casa, há vento que agita as pedras abandonadas desse lugar, há vento que traz sons distantes e, então, o silêncio existe nos meus pensamentos. intocado e intocável. quando volto aos meus pensamentos, o silêncio regressa a essa casa morta. é também aí, nessa ausência de mim, que existe a verdade. (...)


José Luis Peixoto in "'cemitério de pianos'

P.s. sinto a tua falta Sandra!