Desventuras bucólicas




Lá na aldeia dizia-se que era um perigo para as raparigas irem passear para os campos de milho
porque o "mal" e o "pecado" andavam à espreita por aquelas bandas
Balelas, dizia eu
Será?!
Hummm ...
Estava eu e a minha amiga de longa data num bucólico passeio pelas terras verdejantes do Verde Minho, tentando encontrar os lugares da nossa infância, procurando um refúgio para uma conversa mais íntima, para uma partilha de segredos e degredos da vida, quando.....tcham, tcham, tcham......

Alguém nos espreita e mede a presença
"Que estão aquelas moçoilas aqui a fazer? Quem serão? Humm..."
Após sabe-se lá que pensamentos, lá se decide aproximar das moças e a conversa surge
Desvenda-se o mistério
"É apenas a filha do Daniel e do Doutor?! Há tantos anos que não as via
Tava eu em casa quando vi duas damas a passar. Disse prá minha mulher, olha, vou pró campo regar o milho. Mas é melhor vires lá ter comigo depressa".
(É que um hóme é sempre um hóme)
Minutos depois apareceu a mulher (não fosse o diabo tecê-las) e
após as devidas apresentações lá o levou com ela
Será que não há privacidade em lado nenhum?
O BigBrother, a video-vigilância e sei lá mais o quê, já chegou aos campos de milho?
Não podemos fumar um cigarrito à vontade?
Não podemos perder-nos num fim do Mundo qualquer só pelo prazer de estarmos PERDIDAS e DESNORTEADAS por alguns minutos?
Ou ter uma conversa mais mais mais mais...
(imaginem o que quiserem. A perversidade está na vossa imaginação não na minha)

A infância numa aldeia minhota durante os anos 80 era garantia de mitos, ladainhas, sermões, histórias do fim do mundo e de milagres . O real misturava-se com o sobrenatural
Com muita naturalidade

Entretanto crescemos
Acabaram-se os monstros
Mas também acabou-se o Pai Natal....


Ginha no País das Maravilhas (
http://teresavilaverde.blogspot.com/)

O vestido que nos fica a Matar!


Hoje vi-te na rua. lá estavas tu com aquele teu olhar meio ausente, meio perdido como quem não quer grandes intimidades com o mundo. Trazias aquele vestido que te fica a MATAR...Aquele que sempre vestes quando estás de mal com a vida...

Às vezes acho que exageras na forma pessimista como vês o mundo, mas hoje( devido às circuntâncias) mais do que nunca compreendo-te. Amanhã gostava que me emprestasses o teu vestido, porque tal como tu, também ele me fica a MATAR...
Tal como tu, hoje, não consigo deixar de sentir que o mundo me deve umas quantas coisas, é só isso!

Incoerência?!?


Começo finalmente a conhecer-me e a entender-me. Estou a meio de um processo de evolução. Já não consigo apanhar daquelas "borracheiras" inconscientes, tenho sempre uma certa sobriedade na minha embriaguez, seja ela provocada pelo álcool, por um bom poema, um bom livro ou uma grande foto.

Acho-me patética quando entro em crises existenciais e começo a afastar-me de tudo e todos aqueles q me obrigam a "pensar".

Recuso-me a entrar novamente nesse ciclo vicioso do existencialismo onde tudo é questionado e nada concreto.
Resumindo e concluindo: estou a ficar sem paranóias, estável, segura e madura...
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Raios, qualquer dia caio podre de tão madura!!!

Aqui jazz...


Small trio em actuação na velha-a-branca(Braga)no passada sexta dia 4 de julho de 2009! fica aqui uma pequena homenagem a este trio fantástico, principalemte ao meu amigo CARL MINNEMANN(contrabaixista)...

s/t


Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite.
Que a liberdade seja a nossa própria substância."

Simone de Beauvoir

Silêncio


Tenho uma espécie de ruído a martelar-me na cabeça.Preciso de silêncio..
Só um minuto de silêncio, por favor!!!
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Obrigada pelo minuto que me concederam!